Pré Escolar

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

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           TEXTO/ARTIGO
                                                                                                      EDINA DA SILVA
                                                                     ERICK ANDERSON VIANA FIGUEIRO
                                                                  ROBERTA DO ROSARIO GONÇALVES
                                                                                         ROSELI IZABEL DE LIMA
   Educação para paz                                                                       

Palavra chave: conversa cuidado e cidadania.
            Este texto artigo tem por finalidade mostrar formas de tratamento com a problemática do uso de drogas entre crianças e adolescentes, mostrando como pode ser trabalhado este tema, dentro de comprometimento, parceria e muita pesquisa.
A educação para paz é fundamental para resolver conflitos de forma madura e saudável. visto que eles fazem parte do cotidiano em todo tempo e lugar.Educar para paz é uma forma de oportunizar o desenvolvimento de conceitos positivos nas partes envolvidas, através da compreensão do ponto de vista  do outro.
É também oportunizar dar suporte emocional aos envolvidos, demonstrando o valor  da confiança  nas pessoas e nos  processos que levam a paz.
Educar para paz vai muito além de transmitir conhecimentos significa empreender uma jornada pelo mundo exterior e interior. Sendo assim um movimento gerador  de mudanças de uma cultura que agrega saberes, valores e ações voltadas para a violência, para uma cultura comprometida  com a paz e a não violência.
Educar para paz requer o querer bem dos alunos. Não há educação sem transformação. Não há mudança sem encontro, acolhimento e espaço de partilha. Envolve, portanto uma mudança profunda em  nosso sistema de ensino, pois não se preocupa com transmissão de saberes, mas com a formação de uma nova maneira de ser.
“Em um desligo não há a tentativa de fazer prevalecer um ponto de vista particular, mas de ampliar a compreensão de todos os envolvidos". ( David Bohm )
A metodologia para o ensino da educação para paz deve priorizar as diferenças, respeito, fraternidade, aprender a aprender, refletir e dialogar, a aprendizagem significativa, desenvolver a curiosidade e criticidade de cada educando no intuito de uma sociedade mais justa, sem violência onde o exercício da cidadania seja pleno e possível de amplos direitos e deveres.  
             Educar para paz é querer um mundo melhor. Um mundo livre da violência a que todos nós estamos sujeitos no nosso dia a dia, pois estamos de certa forma, enfrentando resultado do abandono da família, pois uma família bem estruturada, o dialogo estando sempre presente, dificilmente a criança ou adolescente se entregaria  ás drogas e violência. Pois o filho que não é ensinado limites fatalmente irá aprender de forma mais sofrida, sendo a família a base para tudo ou qualquer projeto a ser trabalhado, numa área de ensino sabe-se que os filhos são espelhos dos pais, pois estes tem  muita influencia sobre o pensamento deles.
               Educar para paz e fazer com que o professor se interesse pela vida de seus alunos enquanto seres que necessitam de auxilio, dar carinho principalmente aquele aluno que vem sujo e as vezes quer te dar um abraço, e ele que precisa mais de seu apoio, da presença de um adulto que lhe ensine o que a família não faz ,  ver na criança ou no adolescente como um ser que pode sim ser um individuo melhor, para isto basta ser feito um trabalho que traga  consigo o intuito de ensinar dentro de uma problemática inerente a cada sujeito ou a um grupo, sendo isto descoberto através de pesquisa do entorno seja de bairros próximos da escola ou mais afastados, para se trabalhar com educação para paz temos que priorizar as diferenças e ao mesmo tempo ganhar de forma sadia o respeito dos alunos e saber respeitá-los também.
              O tema escolhido prevenção de drogas entre crianças e adolescentes, foi pensado após percepções através de pesquisa do entorno da escola parceira, resultados de conversas com professores e funcionários dados do Programa PROERD da policia militar, e o que via e ouvia dos alunos principalmente na hora do recreio, um aluno tratava o outro de “nóia”, então pensei  posso trabalhar com estes alunos um projeto que priorize a prevenção as drogas, e pude ver que isto seria muito digno pois a maior parte dos alunos vem de bairros onde o tráfico de drogas se faz muito presente, sendo ate alguns deles vitimas das drogas, os pais envolvidos com venda e ou consumo e até em muitos casos ambas situações fazem presente.
               Entrevistei um menino de oito a nove que morava em um dos bairros atendidos pela escola, que se encontrava na época em situação muito difícil, em conversa ele me disse que sua mãe iria deixá-los, sim por que é ele mais quatro irmãos, ela iria embora e sua avó também não queria mais eles, então perguntei a ele para onde você vai? Ele me respondeu vou para vida. Na época isto me deixou muito triste, pois pensei é um aluno deste que deveríamos nós pessoas, povo nação educar para paz, para que casos como o desse menino não aconteça com tanta freqüência, pois para pessoas desinformadas pensem que isto é normal, e não queiram mais mudar esta situação.
               Penso que todo este estudo de educar para paz, vai me trazer subsídios, para minha vida acadêmica e profissional, pois conhecendo a necessidade e que podemos procurar as soluções aos problemas que o cotidiano nos traz, a forma de enfrentá-lo e procurar cada vez mais conhecer a realidade, fazer uma empatia e tentar auxiliar da melhor forma possível, usando a imaginação para tratar de assuntos que nos trazem tanto sofrimento, pois este tema que escolhi tem muito  haver com a realidade vivida por muitos jovens e crianças na minha cidade. E só o envolvimento de todas as instituições (Família, escola, governos e sociedade) poderia trazer uma nova perspectiva para crianças e jovens saírem ou nem chegarem a esta situação.
              Ao pesquisar e ler sobre a Educação para Paz procurou um método que pudesse ser trabalhado com as primeiras séries do ensino fundamental (1° ao 5° ano).  O professor que  trabalhar com essas séries deve produzir uma estratégia preventiva com a preocupação de não aguçar e ou despertar a curiosidade. Mostrar as qualidades do corpo e da mente, além do prazer de viver a vida com saúde ao lado da família e amigos.
              Procurando trabalhar dentro da educação para paz, um assunto que muito presente em nossa sociedade, para trabalhar com prevenção as drogas com crianças e adolescentes, percebo que deveria primeiro trabalhar a paz interior tendo como exemplos homens e mulheres que  fizeram política da não violência, como Ghandi, Luther King, Mandela,  Betinho, Francisco de Assis. Que proporcionaram formas pacíficas de lutas e souberam mais do que ninguém construir um modelo possível através de um modelo mais humano e solidário.
             A paz interior não implica tranqüilidade, mas uma relação harmônica entre o próprio ser e os outros seres e os demais que os rodeiam. Tais relacionamentos devem manter no ser um equilíbrio, tornando-o pacífico diante dos acontecimentos a fim de que resolva os conflitos de forma não violenta.
             A sociedade em geral é marcada pelo individualismo, da mesma forma, esta paz não implica em questões meramente pessoais, mas em questões  amplas pois vivemos em comum unidade, em uma co-existência fraterna, ou seja somos parte de um todo.
                 Portanto como podemos falar e ficar em paz, se em nossa sociedade temos irmãos e irmãs passando por situações adversas de toda a natureza sem ter voz e vez? Ser pacífico não significa uma inércia ou indiferença social é uma questão de luta, que proporcione um melhor relacionamento e convivência entre as pessoas do mundo.
            “Paulo Freire pensou que um modelo de educação, construindo encima de uma idéia de diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, o seu método e material da fala dele”. (Brandão, 1980: 21)
                Dessa forma a escola converte-se em um caminho que condiciona educadores e educando a um compromisso de educar para paz uma educação comprometida com a vida e para a vida, em uma constante busca  de respeito a dignidade humana, baseada na igualdade , justiça e na fraternidade.
           “Toda pessoa que dedica a vida aos irmãos, necessita ser firme e ligada a um plano espiritual, a um Deus, a um ser superior. Este plano espiritual é que fortifica que alimenta a pessoa, para que ela não se desanime com os entraves da luta, mas seja sempre perseverante. Este plano espiritual é o contrário  ao plano que o mundo (ideologia capitalista) oferece a você. Porque o mundo pede que sejamos egoísta que vivemos sempre pra satisfazer o nosso eu. A pessoa que entra nesta luta rompe com a ideologia do sistema, com o pensamento do mundo. Mas isto não é fácil gera muitos conflitos no interior da mente e muitos desistem. O  que você pensa sobre isto?” (Transferetti, 1999. Pag 64 – 65)
             A prevenção ao uso das drogas, é possível pela ação integrada dos educadores, num processo somatório de forças, a verdade cientifica dentro de um projeto pedagógico continuo.  Utilizando métodos ativos que encruam oficinas, simulação, debates, discussão, diálogo, dinâmica de grupo, pisicodramas, jogos dramáticos, dramatização. Sendo possível proporcionar aos alunos a aquisição  de habilidades e experiências que tenham efeito protetor.
           “Na escola, pode ocorrer à prevenção primaria e secundária as drogas, pois é um espaço onde podem ser desenvolvidas atividades educativas, voltadas à educação, para a saúde, de modo que, prevenção na escola significa estar atento a crianças e jovens, abrir um canal de comunicação, valorizá-lo como ser humano, procurando um espaço para ele aprenda a se valorizar (... ) “ (Santos 1999, p.84-85)
            O trabalho não é fácil para as escolas, pois os cursos de formação de professores, em geral preocupam-se apenas com transmissão de conhecimentos e com as metodologias de ensino. Mas acredito que o contexto do mundo atual mostra a necessidade do surgimento de sociedades mais democráticas e justas, o que exige a promoção de uma cultura, de direitos humanos e da paz. É necessário, é urgente é preciso destacar.
               O assunto a ser trabalhado com estes alunos da minha escola parceira é Herói sem armas, falando sobre a vida de Francisco de Assis, Betinho, Teresa de Calcutá. Na apresentação do tema para os alunos utilizando diversos recursos , vídeos, livros, revistas, informações da web e outros.
                 Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, em 1182. Pertencia à burguesia, e desta condição tirava todos os proveitos. Como seu pai, tentou o comércio, mas logo abandonou a idéia por não ter muito jeito para isso. Sonhou então, com as glórias militares, procurando de esta maneira alcançar o status que sua condição exigia. Contudo, em 1206 para espanto de todos Francisco de Assis abandonou tudo, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa. Entregou-se totalmente a um estilo de vida fundado na pobreza, na simplicidade da vida, no amor total a toda a criatura. Com alguns amigos deu início ao que seria a ordem dos frades menores ou franciscanos. Com Santa Clara, sua dileta amiga, fundou a ordem das damas pobres ou careças. Em 1221, sob a inspiração do seu estilo de vida nasceu a ordem terceira para os leigos consagrados. O pobrezinho de Assis, como era chamado, foi uma criatura da paz e do bem, terno e amoroso. Amava os animais, as plantas e toda a natureza. Poeta cantava o sol, a lua e as estrelas. Sua alegria, sua simplicidade, sua ternura lhe granjearam estima e simpatia tais que fizeram dele um dos santos mais populares dos nossos dias.
               Oração da paz, ( esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III “arrependido” pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo pai pedindo piedade pelo agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância).            
                      Senhor,
                 Fazei-me instrumento de vossa paz.
                 Onde houver ódio, que eu leve o amor;
                 Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
                 Onde houver discórdia, que eu leve a união;
                 Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
                 Onde houver erro, que eu leve a verdade;
                 Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
                 Onde houver tristeza, que eu leve alegria;
                 Onde houver trevas, que eu leve a luz.
                 Ó mestre,
                  Fazei que procure mais consolar, que ser consolado;
                  Compreender que ser compreendido;
                  Amar, que ser amado.
                  Pois é dando que se recebe,
                  É perdoando que se é perdoado,
                  E é morrendo que vive para a vida eterna.
                  Bendita seja (esta oração foi ditada por Francisco a frei Leão, após a negativa do papa Inocêncio III de recebê-lo, “se for realmente importante para a igreja como ele diz, ele voltará” foram as palavras do papa ao bispo que recebeu Francisco).
                  Benditas sejam as dificuldades que nos agridem e fazem pensar.
                  Benditas sejam as horas que gastamos em função do bem eterno.
                  Bendito seja quem nos maltrata à primeira vista e nos ajuda a melhorar.
                  Bendito seja quem não nos conhece e não acredita em nós.
                  Bendito seja quem nos compara com vagabundos e indolentes.
                  Bendito seja quem nos expulsa como párias ou fanáticos.
                  Bendito seja a mão que nos nega o cumprimento.
                  Bendito seja quem quer nos esquecer, impaciente.
                  Bendito seja quem nos nega o pão.
                  Bendito seja quem nos ataca por ignorância e covardia.
                  Bendito seja quem nos experimenta no corredor do tempo.
                  Bendito seja quem nos faz chorar nos caminhos.
                  Bendito seja quem não agrada no momento.
                  Bendito seja quem exige de nós a perfeição.
                  Bendito sejam os que nos maltratam o coração porque, verdadeiramente, são estes, meus filhos, os nossos vigilantes e os que nos ajudam a seguir o cristo com maior segurança, pois Deus, através deles, nos ajuda na auto educação, de maneira que fiquem abetas todas as portas para o Amor universal.
                   Madre Teresa de Calcutá, Ganxhe bojaxhiu , nasceu em 26 de agosto de1910, na cidade de Skopie, capital da Macedônia, em uma família católica, sua mãe, Drana, era uma pessoa de intensa religiosidade. Aos 12 anos Ganxhe despertou para sua vocação.A cidade de Skopie, vivia em constante conflitos com a dominação turca, em 1912 a cidade foi libertada e consegui sua independência.
Pensamentos de Madre Teresa de Calcutá:
O dia mais belo: hoje.
A coisa mais fácil: errar.
O maior obstáculo: o medo.
O maior erro: entregar.
A raiz de todos os males o:  Egoísmo.
A distração mais bela: o trabalho.
Perda pior: o desânimo.
Os melhores professores: as crianças.
A necessidade primeira: comunicar-se.
O que mais te faz feliz: Ser útil aos outros.
O maior mistério: a morte.
O pior defeito: o mau humor.
A pessoa mais perigosa: a mentirosa.
O sentimento medíocre: o rancor.
O presente mais belo: o perdão.
O mais essencial: a casa.
A rota mais rápida: A maneira mais correta.
A sensação mais agradável: a paz interior.
O guarda mais eficaz: o sorriso.
O melhor remédio: o otimismo.
A maior satisfação; o dever cumprido.
A força mais potente do mundo: a fé.
O mais necessário: os pais.
O mais belo de todos: o amor.
Construindo a vida
                     “Não precisamos realizar grandes obras a fim de mostrarmos um grande amor por Deus e pelo próximo. É a intensidade do amor que colocamos em nossos gestos que os torna algo especial para Deus e para os homens”.
Você é...
Se você é um vencedor,
Terá alguns falsos amigos
E alguns amigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco,
As pessoas podem enganá-lo
Seja honesto e franco assim mesmo
O que você levou anos para construir
Alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz
As pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
De ao mundo o melhor de você,
Mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja que, no final de tudo
Será você... e Deus.
E não você... e as pessoas!
                    
                                           Betinho
                         Uma lição de vida
                   “Miséria é imoral. Pobreza é imoral. Talvez seja o maior crime moral que uma sociedade possa cometer.”
                     Sociólogo, Herbert de Souza é o símbolo da determinação e do trabalho incansável pela cidadania, pela restauração da verdadeira democracia participativa, pela valorização da solidariedade e dos direitos humanos em uma sociedade de justiça. Fundador, em 1986, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids-ABIA, uma das primeiras instituições do país, lutou pela organização do direito de defesa das pessoas portadoras de AIDS HIV. A figura humana de Betinho, adquiriu notoriedade definitiva como o incansável coordenador da “Ação  da cidadania contra a fome e a miséria”, que pretendia ir mais além de um movimento social de caráter assistencialista.
                     A “campanha do Betinho” foi tão polêmica quanto popular, a ponto de contar com o apoio expresso de, praticamente, 100% da população brasileira. O seu sentido político maior tinha por objetivo final a promoção da cidadania do direito pelo emprego e a luta pela terra, etapa final do programa de ação planejado, sem dúvida, o maior legado público deste cidadão brasileiro humanista.
                     Mesmo doente e abalado com a morte de seus irmãos (Henfil e Chico Mario) ele nunca abandonou a militância política.
                    Betinho morreu aos 61 anos, em 9 de agosto de 1997.
                    O frágil forte, sensível Betinho.
                    “Não fazer pelos excluídos, mas fazer com os excluídos”.
                    O que nos falta a capacidade de traduzir em proposta aquilo que ilumina a nossa inteligência mobiliza nossos corações a construção de um novo mundo. (Betinho 1993)
                    “Solidariedade a gente não agradece, se alegra”.
                    “O desenvolvimento humano existe se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participa solidariedade e liberdade.” (1994)
                    “Democracia serve para todos ou não serve para nada.” (1995)
                     A teologia Hindu e a vida de Gandhi
                   Se em algum momento na história da humanidade se pode dizer que uma Nação teve um porta-voz, esta Nação foi a Índia e seu porta-voz consensual na primeira metade do século XX foi Mohandas Karamchand Gandhi – Mahatma, a “Grande Alma”.
   A complexa Teologia Hindu reza que há um único Deus e este se apresenta em 3 formas: Brahma, o Criador; Shiva, o Destruidor (sempre presente quando a história chega a seu final) e Vishnu, o Equilibrador (a serviço do Dharma). Quando o caos ameaça a humanidade, Vishnu toma a forma humana para recompor a ordem. Segundo o Mahabharata, Vishnu veio ao mundo como Krishna, no alvorecer da civilização indiana. Para seus contemporâneos, Mohandas Gandhi, que repudiava ser chamado assim, constituía a mais recente encarnação da divindade, portanto era chamado de Grande Alma. Devotou a sua vida à causa da Independência da Índia e a encaminhou política e religiosamente em perfeita harmonia com a Tradição de seu povo, daí o estrondoso sucesso obtido.
                    Sua vida
          Descendente de Brahmanes, de sua infância em Porbandar Gandhi registra em sua autobiografia a freqüência aos locais sagrados e de prece com a mesma naturalidade do registro de episódios corriqueiros e cotidianos. A religião de seus ancestrais lançava profundas raízes em seu coração. Casou-se, a exemplo de todos de sua casta e Nação àquele tempo, ao final da infância com uma prima, também saindo da infância, Kasturbai.
            Adulto, parte para estudar direito em Londres, formando-se em 1891 e regressando a sua terra para praticar a profissão. Dois anos depois vai, a convite, para a África do Sul, onde trabalha com uma empresa hindu e faceia as primeiras dificuldades diante do poderoso Império Britânico, que domina as Nações do mundo no século XIX e primeiros lustros do XX com o mesmo poder e descaso para outros povos com que o Império Ianque hoje.
A luta pela libertação da Índia
            Em 1914 regressa à Índia em definitivo e dá início à sua luta pela independência da dominação britânica que já dura quase 3 séculos e, com igual vigor, pela Tradição de sua gente, em grande medida contaminada e fragilizada diante da infecção capitalista.
            Como líder político e espiritual da Índia soube utilizar-se engenhosamente de toda a Tradição para reerguer o orgulho de sua gente, abalado pela dominação e deu muito que pensar àqueles que se consideravam “superiores” e por isso dominavam. Este sempre foi e segue sendo o discurso do dominador: uma pretensa “superioridade” que, ao fim e ao cabo demonstra-se circunscrever ao campo da belicosidade e ponto final. Gandhi centra sua luta na busca de demonstrar a superioridade moral dos hindus sobre seus dominadores britânicos e, assim, reaviva a mente de seus conterrâneos quanto a 2 ensinamentos, tão antigos quanto o hinduísmo: A-HIMSA – Não violência ou, como Gandhi preferia dizer, “Persistência pela Verdade” e SATIAGRAHA – Viver em santidade.
            Tomemos a não violência. Gandhi pregava a resistência pacífica (não confundir com passiva; a não violência deve ser ativa e provocativa!). Não concordar em se submeter ao mal e estar disposto a dar até a vida se necessário for, para provar que está do lado do que é justo bom e correto. Foi assim que, de demonstração maciça em demonstração maciça, o Império Britânico comprovou muitas vezes a superioridade moral daquele povo oprimido e dominado.
            A famosa “Marcha para o Sal” foi um ponto de inflexão decisivo. Os Hindus moradores da região banhada pelo Oceano não por acaso chamado de Índico, eram proibidos de produzir sal. O sal utilizado no cotidiano de todas as famílias tinha o fluxo, a produção e a circulação, monopolizados pelos britânicos. Gandhi ensina os hindus a desobedecerem a esta sandice. Do centro da Índia, em 1930, faz saber ao Primeiro Ministro Britânico que se dirigiria ao mar para produzir sal num gesto de desobediência civil, ativa, provocativa e, contudo pacífica. Foi acompanhado de um pequeno grupo e a este se foram agregando cada vez mais significativas massas humanas. Ao fim, a história registra que milhares de pessoas andaram mais de 320 km a pé. Este contingente imenso de seres humanos chega à praia e começa a fazer sal. Qual o problema? O povo da Índia vai à praia banhada pelo Oceano Índico fazer sal para o seu consumo. O que têm os britânicos a ver com isso?
            O controle do sal estava na raiz do controle de toda a economia hindu pelos britânicos. Tão logo Gandhi começa a fazer sal e ser imitada a dominação é colocada em xeque. Os ingleses já não controlam os indianos. Estes estão prestes a tomar seu destino em suas próprias mãos.
            Outros fatores contribuem para a emancipação do povo hindu de maneira diferente daquela desejada por Gandhi que, mais de uma vez, fez um “jejum até a morte” para protestar contra a dominação britânica e pedir paz a seu povo. Em momentos considerados cruciais para a economia britânica Gandhi convocava o povo a “jornadas de jejum e meditação” – na prática ninguém trabalhava, mas Gandhi jamais falava ou mesmo pensava na palavra “greve”. A expressão apropriada dentro da Tradição hindu para o que se estava fazendo era “Jornada de jejum e meditação”.
            Um Exemplo
            Admirado por aliados e adversários, foi chamado pelo Primeiro Ministro Britânico Winston Churchill de “faquir despido”. A questão que marca é: um faquir despido, que se alimenta com uma côdea de arroz e uma tirina d’água por dia e se veste com uma peça de tecido feita por ele mesmo e que muito se assemelha a uma fralda, um homem com tal forma de comportamento e hábitos espartanos pode ser suspeito de corrupção? Alguém presumiria estar ele lutando por algo diferente do que diz?
            Albert Einstein o saudou como “porta-voz da humanidade”.
            Quando o armamento mais sofisticado está nas mãos do adversário, que domina, a resistência pacífica, fundada na resistência e persistência pela Verdade é o encaminhamento mais eficiente. Impossível ao hindu derrotar o dominador britânico através de guerrilhas ou luta armada. Por outro lado, utilizando a Verdade como arma seu poderio é inquestionável!
           Encaminhar o processo político a partir de um resgate profundo do que de mais sincero, bonito e duradouro existe na Tradição e na Alma de seu povo, esta é uma das lições que nos deixa Mahatma Gandhi.

               Referência
            Projeto agente da paz
            www.espirito.com.br
            www.sextante.com.br
            www.salvadorpelapaz.com.br
            www.portalsaofrancisco.com.br
            www.cacaonova.co.br
           www.rainhadapaz.g12/religiao/projeto_da_paz/betinho.htm.

          

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